Brasil realiza terceira emissão de dívida externa em 2025, a maior em uma década

Em 2 de setembro de 2025, o Tesouro Nacional do Brasil realizou uma significativa operação no mercado internacional, captando US$ 2,5 bilhões por meio da emissão de dois títulos soberanos denominados em dólares: o Global 2056 e o Global 2030.

Global 2056: Título de Longo Prazo O Global 2056, com vencimento em 12 de janeiro de 2056, foi emitido no montante de US$ 2,5 bilhões, com uma taxa de retorno de 7,5% ao ano. Essa operação marcou o menor spread de risco para um título de 30 anos desde 2014. Parte do montante foi destinada à recompra de títulos mais antigos, como os Global 2037, 2041, 2045, 2047, 2050 e 2054, como parte de uma estratégia de gerenciamento da dívida pública.

Global 2030: Título de Curto Prazo Simultaneamente, o Tesouro Nacional reabriu o Global 2030, com vencimento em 6 de novembro de 2030, ampliando sua emissão em US$ 750 milhões, totalizando US$ 2,25 bilhões em circulação. Este título possui uma taxa de retorno de 5,2% ao ano, representando o menor spread da história para um título de cinco anos.

Demanda e Participação Internacional A operação foi marcada por forte demanda, com o livro de ordens atingindo cerca de US$ 4,5 bilhões, superando em aproximadamente 2,6 vezes o volume emitido. Cerca de 90% dos investidores eram não residentes, oriundos principalmente da Europa e América do Norte.

Objetivos e Estratégia do Tesouro Nacional Segundo o Tesouro, o objetivo da operação foi promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar, prover referência para o setor corporativo e antecipar o refinanciamento de vencimentos em moeda estrangeira. Além disso, reforça a integração histórica do mercado brasileiro com o norte-americano na gestão da dívida pública.

Essa emissão reflete a confiança dos investidores na política econômica do Brasil e destaca a capacidade do país em atrair investimentos internacionais, mesmo em um cenário econômico global desafiador.